sábado, fevereiro 27, 2010

MEMORIAL Dante Alighieri

Talvez por ter estado à relativamente pouco tempo em Florença, resolvi fazer hoje uma pequena apresentação sobre aquele que é considerado ser o primeiro e maior poeta da língua italiana.

Dante Alighieri nasceu no dia 29 de Maio de 1265 (não há no entanto registo oficial da sua data de nascimento, ele informa ter nascido sob o signo de Gémeos, entre fim de Maio e meados de Junho, sendo a referência mais confiável a de 29 de Maio) nesta lindíssima terra que é Florença, capital da região da Toscana, e onde viveu a primeira parte da sua vida até ser injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física da sua terra natal: foi abandonado pelos seus familiares. Apesar dessa condição, o seu amor incondicional e capacidade visionária transformaram-no no mais importante pensador da sua época.
Dante Alighieri foi muito mais do que apenas um literato, numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, Dante redigiu um poema épico denominado La Divina Commedia (A Divina Comédia), que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo.
Com a idade de 12 anos, sua família impôs o casamento com Gemma, filha de Messe Manetto Donati, com quem teve vários filhos. Como acontece geralmente, com pessoas famosas, apareceram muitos supostos filhos do poeta.
Pouco se sabe sobre a educação de Dante, presumindo-se que tivesse estudado em casa, de forma autodidacta.
Dante participou, também, na vida militar da época, tendo sido também médico e farmacêutico durante algum tempo.

Dentro do enorme legado que nos deixou este enorme poeta, escolhi um pequeno poema influenciado pela sua enorme paixão por Beatrice Portinari que conheceu aos seus 18 anos, sendo dito que Dante a viu uma única vez apenas, nunca tendo sequer falado com ela.

    SONETO DA VITA NUOVA

    Tão discreta e gentil que me afigura
    ao saudar, quando passa, a minha amada,
    que a língua não consegue dizer nada
    e a fitá-la, o olhar não se aventura.

    Ela se vai sentindo-se louvada
    envolta de modéstia nobre e pura.
    Parece que do céu essa criatura
    para atestar milagre foi baixada.

    Ao que a contempla infunde tal prazer,
    pelos olhos transmite tal dulçor,
    que só quem prova pode compreender.

    E assim, parece, o seu semblante inspira
    um delicado espírito de amor
    que vai dizendo ao coraçãosuspira

Dante Alighieri

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