Rasputin - O Santo Bruxo

Sem duvida a mais misteriosa figura da Corte Imperial Russa no final do período czarista, quer em vida, quer nas evidencias da sua morte.
Nascido algures na década de 1860 numa pequena aldeia da Sibéria, Grigoriy Novykhn passou a sua infância e adolescência na terra natal, a ajudar seu pai no trabalho do campo e a divertir-se com mulheres, vodka e brigas, acabando por ganhar o apelido de Rasputin (pervertido).
Os mitos que rodeiam Rasputin indicam que este começou a demonstra os seus "poderes sobrenaturais" durante a infância.
À volta dos seus 18 anos Rasputin conheceu o bispo Bernaull, passando, inesperadamente, a interessar-se por religião, decidindo ir passar 3 meses no mosteiro Verkhoture. Foi nesta sua viagem que entrou em contacto com uma seita Cristã conhecido como Khlysty (Flagelantes) que (diz-se) combinavam sexo com religião nos seu rituais de modo a obter a salvação espiritual.
Rasputin tinha-se tornado assim num místico religioso deambulante, quando tomou conhecimento da doença de Tsarevich Alexei filho do (ultimo) czar da Rússia, que sofria de hemofilia. Rasputin foi introduzido na família real como suposto curandeiro, dizia-se que este possuía a capacidade de curar através da oração. De facto, após começar a "curar" o jovem, este começou a apresentar claros sinais de melhoria, ao contrário do diagnóstico dos médicos que previam a sua morte em poucos dias.

Devido à influencia de Rasputin na vida do filho do czar, este começou a ser referido por parte da família real como "o nosso amigo" e "o homem santo".
Rasputin depressa se tornou numa figura controversa, envolvido em paradigmas políticos devido à sua influencia no seio da família real, especialmente a mulher do czar (havendo até rumores sobre uma possível relação entre eles), e a sua forte oposição à guerra. A controvérsia que o envolveu incluiu também em parte a sua "irrestringível vida sexual" (onde foi envolvido na acusação da violação de uma freira).
Quando Nicolas retornou à Rússia, encontrou o povo faminto, a morrer e o seu trono sob contestação popular. Rasputin e Alexandra foram considerados os maiores responsáveis, sendo que aos olhos do povo fora o místico que enfeitiçara e ludibriara os governantes visando apenas poder politico. O único modo de resolver esta situação seria eliminar Rasputin, tendo isto sido engendrado pelos comandantes, sem que Nicolas soubesse, um meio de assassinar o bruxo.
O plano consistia num convite do príncipe Felix Yussupov ao místico para que o visitasse em sua residência. O místico foi levado ao porão da mansão, onde lhe serviram o jantar, e após uma série de brindes com vinho envenenado, o bruxo não suportou e caiu sobre o chão. Youssoupov, vendo Rasputin caído e supondo que estava morto, chamou os seus cúmplices que aguardavam no andar de cima. Entretanto, mesmo após uma ingestão incrivelmente alta de cianeto, o místico levantou-se. Youssoupov disparou duas vezes contra Rasputin; um dos cúmplices que entrou nos aposentos descarregou a sua arma sobre o corpo do bruxo que ainda tentou estrangular Youssoupov e de seguida conseguiu fugir. Quando apanhado Rasputin foi castrado, enrolado em trapos e jogado ao gelado rio.
Passados 3 dias, o corpo de Rasputin, envenenado, baleado, espancado, castrado e afogado foi encontrado na margem do rio.
Conta-se ainda que Rasputin teria previsto sua morte e profetizado uma vingança. Numa carta enviada ao czar, o bruxo dizia que se Nicolas ou algum de seus familiares tivesse a intenção de o assassinar, nem o czar nem ninguém de sua família viveria por mais de dois anos. O facto é que dezanove meses após a morte do místico, o czar e toda sua família foi executada por revolucionários bolchevistas.

Certamente que toda a história se encontra repleta de lacunas que dão azo à imaginação e divagação, mas são essas incertezas que fizeram de Rasputin uma das mais misteriosa figura da história da Rússia.